Como fica o sexo depois do casamento?

Muitos casais enfrentam o desafio de manter a intimidade e a sexualidade vivas e fortes, algo que pode ser dificultado pela rotina, pela falta de espaço e de energia. Neste artigo, o urologista italiano, Dr. Nicola Macchione¹, fala sobre as causas do problema e como contorná-lo, oferecendo diversas dicas para preservar o sexo depois do casamento.

Índice de conteúdo

• “Casais brancos”
• Teoria da Garrafa
• Discrepância de desejo
• Os estágios do relacionamento
• Possíveis causas de redução do desejo
• Os números do fenômeno
• Frequência normal no casamento
• 5 maneiras de manter a chama acesa

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“Casais Brancos”  

O enlace representa uma das muitas etapas da vida de um casal, marcando o reconhecimento da união entre duas pessoas. Para alguns é um momento de estresse, para outros, de alegria. No entanto, parece que, de alguma forma, leva a uma mudança na dinâmica de alguns pares, principalmente no que diz respeito ao sexo. Enquanto alguns falam sobre isso para enfrentar o problema e buscar soluções, outros lutam para se comunicar e seguir juntos.

Há casais que desistem por escolha consensual, como os "casais brancos" (definição daqueles que têm menos de 10 relações sexuais por ano). Já para outros, a condição chega por muitos outros motivos, incluindo estresse, compromissos de trabalho, discrepância no desejo, distúrbios sexuais ou mesmo por perda de interesse no parceiro, ou no assunto. Portanto, acalme o seu coração: no tópico sexo depois do casamento a Bíblia pouco ajudará, existindo diversas maneiras de tratar e entender a questão. 

Teoria da garrafa

Vários estudos mostram um declínio gradual na frequência das relações sexuais durante a vida conjugal. Não é algo novo, tanto que a famosa "Teoria da Garrafa" é conhecida entre os britânicos. De acordo com ela, se o casal colocar um centavo em uma garrafa toda vez que fizer sexo durante o primeiro ano de casamento e depois tirar uma moeda toda vez que fizer sexo após isso, o recipiente nunca vaziará. A teoria talvez seja um pouco folclórica, mas ilustra bem o assunto.

Discrepância de desejo

De acordo com duas pesquisas, durante os dois primeiros anos de casamento surge uma discrepância importante de desejo sexual no casal, algo que aumenta cinco anos após o enlace. Enquanto o do homem, em média, permanece inalterado, o da mulher diminui. Acredita-se que o desejo feminino varie ao longo do tempo, enquanto o dos homens, não. Essa suposição se reflete em importantes teorias, dizendo que elas são mais sensíveis ao contexto do que o dos homens.

Mas isso nem sempre é verdade. Analisando os resultados, a suposição é verdadeira olhando o desejo a médio e longo prazo, enquanto a curto prazo não mostra diferenças significativas na variabilidade entre mulheres e homens. Parece, portanto, que outros fatores internos e externos ao par tornam plausível a teoria da garrafa. 

Os estágios do relacionamento

A intimidade humana tende a seguir um padrão bastante preciso à medida que um relacionamento evolui. Casais que acabaram de se apaixonar geralmente experimentam sentimentos de excitação e fazem sexo com frequência. Em seguida, segue-se a fase em que muitos casais começam uma família e isso geralmente muda a regularidade. Começa a "zona do bebê", onde cuidar de uma criança deixa pouco espaço para a intimidade. Passada a fase, há uma tendência de retomar a vida sexual com um ritmo que dificilmente acompanha o pré-matrimonial. Muitas vezes, as energias pessoais mudam para criar filhos e fazer malabarismos entre a carreira, o trabalho e as responsabilidades domésticas.

Mesmo para casais que não têm filhos, as coisas mudam porque o "efeito novidade" diminui após três ou quatro anos depois do casamento no sexo. Normalmente, é quando ele se torna mais uma rotina ou hábito. Isso acontece porque a sexualidade do indivíduo muda, é enriquecida com curiosidade, e os casais têm dificuldade em falar sobre isso.

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Possíveis causas de redução do desejo

Podemos identificar várias categorias importantes para o fenômeno.

Hábito e rotina

Com o tempo, muitos casais desenvolvem uma rotina funcional ao relacionamento, que, no entanto, pode levar à monotonia.

Tensões e pressões externas

Fatores como trabalho, responsabilidades familiares e preocupações financeiras podem ter um impacto negativo. O estresse crônico pode diminuir o desejo sexual e a capacidade de desfrutar de momentos de intimidade.

Problemas de comunicação

A comunicação é essencial. Parece que pares sofrem para falar sobre suas necessidades e preocupações sexuais, diminuindo o nível de satisfação na cama.

Mudanças físicas e saúde

Podem ocorrer mudanças físicas que afetam a vida sexual. A menopausa e problemas de ereção são condições comuns que afetam a frequência e a qualidade do sexo.

Expectativas irrealistas

O descolamento da realidade pode criar insatisfação e tensão no casal. Isso é especialmente verdadeiro quando as pessoas são influenciadas por representações idealizadas da mídia.

Os números do fenômeno

Parece que não faltam as razões para a queda do número de relações sexuais após o casamento e os números escancaram o cenário a respeito. De acordo com um estudo de 2017, a frequência das relações sexuais varia significativamente entre os casais, e a média geral nos Estados Unidos é de cerca de 54 vezes por ano, o que equivale a cerca de uma vez por semana.

Já um estudo plurianual com 35 mil cidadãos britânicos descobriu que cerca de metade das pessoas em um relacionamento sério fazem sexo menos de uma vez por semana. Mas é importante notar que não existe uma "norma" universal, pois a depende das circunstâncias individuais e do relacionamento. 

Frequência normal depois do casamento

É natural se perguntar quantas vezes é “normal” estar fazendo sexo depois do casamento, mas não há uma resposta única, variando muito entre os casais. A chave é encontrar um equilíbrio que satisfaça ambos os parceiros. Assim, pode variar de uma vez por semana a algumas vezes por mês. Mais do que o número de vezes, a comunicação aberta e o respeito pelos desejos um do outro continuam sendo importantes para manter uma dinâmica satisfatória.

5 maneiras de manter a chama acesa

Estão aqui 5 maneiras de tentar manter a chama viva, segundo a ciência.

1. Comunicação aberta e honesta

Crucial para manter uma conexão emocional e sexual. Estudos mostram que casais que se comunicam abertamente sobre seus desejos e necessidades sexuais tendem a estar mais satisfeitos. Uma pesquisa de 2012 descobriu que eles são mais propensos a manter um alto desejo sexual do que aqueles que não comunicam.

2. Tempo de qualidade juntos

Passar um tempo longe das distrações do dia a dia é fundamental. Atividades compartilhadas e íntimas fortalecem e reacendem a paixão. Um estudo de 2022 mostrou que casais que fazem isso relatam níveis mais altos de satisfação sexual.

3. Inovação Sexual

Introduzir novidades e experimentar novas práticas pode ajudar a manter a excitação. Uma análise de 2015 descobriu que casais que exploram juntos seguem mais interessados um no outro. As inovações podem incluir novas posições, o uso de brinquedos e o compartilhamento de fantasias.

4. Gerenciamento de estresse

O estresse é um inibidor conhecido do desejo. Técnicas de gerenciamento da ansiedade, como meditação, ioga e exercícios, podem ajudar a melhorar a saúde mental e este aspecto. Um artigo de 2013 descobriu que o gerenciamento é eficaz e impacta na vida sexual.

5. Aconselhamento sexual e terapia de casal

Podem fornecer ferramentas e estratégias para lidar com a performance na cama. A pesquisa mostrou que os casais que fazem relatam melhorias significativas. O suporte profissional pode ajudar a resolver conflitos e melhorar a comunicação.

Manter o desejo sexual vivo após o casamento requer compromisso, comunicação e experimentação. Compreender e adotar táticas baseadas no que já se sabe pode ajudar muito a manter o relacionamento íntimo, vivo e emocionante.

Referência:

1. Come cambia il sesso dopo il matrimonio? 5 modi per tenere accesa la fiamma della passione (Matrimonio.com)

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