O casamento de Ricardo e Célia em Cabo Frio, Rio de Janeiro

No dia 12, acordei cedo, ajeitei algumas coisas pendentes para não ter surpresas desagrádaveis na hora, fiz meu desejum, dei um jeitinho na casa, tomei banho, eu mesma fiz minhas unhas com um esmalte clarinho, uma das minhas netas ficou de fazer as unhas do avô, arrumei a nossa roupa em cima da cama para não esquecer nada, e fui para o salão. Indo para o salão que me dei conta que esse seria o dia, comecei a pensar como tudo começou e, por mais absurdo que pareça, tudo começou com um anúncio na tv sobre casamento na Igreja Universal.

Meu marido estava assistindo e eu vindo da cozinha parei e fiquei assistindo também. Fiz um comentário que esse era o meu sonho e ele disse que era o dele também, que infelizmente não tínhamos grana para tal e fomos dormir. Ainda comentei com ele que iria me preparar para o próximo, ele riu, me deu um beijo e fomos dormir. No outro dia, ao ligar meu celular, tinha uma mensagem do meu pastor, o Johnny Silva, me perguntando se eu era casada no civil, respondi que sim, e ele me perguntou se eu queria me casar na igreja, e eu super feliz respondi que sim. Ele mandou eu falar com meu marido, e ele aceitou na mesma hora. Passei uma mensagem para o nosso pastor dizendo que o meu marido tinha aceito o meu pedido de casamento, ele riu e nos deu algumas instruções.

O nosso pastor foi muito solicito quando esquecemos de todo o resto, aí olhamos um para o outro e comentamos: decoração, bolo festa e agora? Me deu um frio na barriga, eu sabia que não podia contar com ninguém, até porque quando avisamos os parentes da nossa intenção, sentimos o ar de desaprovação, me chamaram de doida, eu já era casada há 37 anos, me fez sentir um peixe fora dágua, mas continuei seguindo em frente, sozinha, mas com a sensação não do dever cumprido, mas do sonho que breve estaria sendo realizado.

Como o casamento seria apenas na igreja e já tinhamos casado no cartório foi tudo mais fácil, mas tivemos que fazer todo o trâmite de um casamento na igreja, curso de noivos, entrevista com o pastor etc., juntamos toda a documentação mais a certidão do casamento civil e entregamos para o nosso pastor. Convidamos só os mais intimos, pessoas que realmente convivem conosco e torcem por nós. Fiz poucos convites, esses entreguei só para quem mora longe.

Meu maior sonho desde novinha era esse, me casar em uma igreja evangélica e esse sonho estava prestes a se realizar. A noite anterior choveu tanto, mas tanto, que eu acordei durante a noite e demorei a dormir. Eu pensei que choveria na hora do casamento e apesar de amar a chuva, nessa hora eu preferiria que não chovesse, cá entre nós, cabelos molhados nessa hora não daria certo. Mas quando acordei, já não chovia, e horas antes do horário marcado, o céu se abriu! O céu estava lindo e perfeito, um lindo pôr do sol, mais tarde uma maravilhosa lua cheia. Acho que tirei fotos desse lindo evento da natureza, mas não encontrei para postar aqui.

Fiz a prova da maquiagem dois dias antes do casamento na casa da minha sobrinha que me deu de presente a maquiagem, e de cara eu amei o jeito e a sua paciência, e pra mim isso contou muito, pois sou alérgica a vários produtos de make. Não tive esse lance de dia de noiva e não me fez falta, minha produção nesse dia foi bem light. Mas eu estava feliz, e o dia estava lindo, mesmo depois de tanta chuva, e isso foi o suficiente! Os cabelos fiz no Salão da Elzenir, não tinha lugar melhor. Amei o atendimento dela, me deixou super a vontade.

E como já disse, me maquiei com a minha sobrinha Silvia, e mesmo sendo presente, ela fez tudo exatamente como eu pedi, e ainda me atendeu em minha casa, e isso não tem preço (obrigada meninas, vocês foram umas fofas). Assim que ela terminou, coloquei o meu vestido de princesa, vestido esse que deu um trabalho! Ele precisou de uns ajustes, por não haver mais tempo para troca-lo, consegui uma costureira que salvou meu dia de princesa e fez o que eu tava pensando! Quando cheguei a sua casa eu já estava sem esperança e ela me tranquilizou dizendo: não se preocupe você vai se casar com esse vestido. Obrigada a senhora também dona Alcilene!

E porque o vestido verde? Porque esse ano nós também comemoramos bôdas de aventurina, 37 anos de união, e, por isso esse nome, aventurinamento, a mistura dos nomes, aventurina e casamento. Aventurina, tem como simbologia a pedra verde, por isso optei que o vestido seria da cor verde claro, todos me perguntavam porque verde, a princípio eu dava explicação, mas depois fui deixando pra lá, e acho que choquei muitas pessoas por causa da cor do meu vestido. Essa situação me marcou porque ilustrou bem várias cobranças que eu senti ao longo da organização: cobranças (dos outros) de que eu deveria casar com um vestido X ou Y na Igreja. E a cada negativa minha, era visível a desaprovação na cara deles. Entramos no carro do meu padrinho que chegou atrasado e fomos em direção da igreja, não tinha trânsito, que bom, coisa rara aqui na Região dos Lagos, em pleno feriado 12 de outubro, primavera, todas as árvores estavam floridas, o que deixava a paisagem ainda mais linda!

E quando chegamos meu coração bateu forte, já tão próximo ainda estava com medo de algo sair errado, eram muitos casais de noivos, deixamos o carro no estacionamento e entramos todos em uma salinha que estava preparada para os noivos, mas como chegamos atrasados, nos pediram para ir direto para a igreja.Apesar de ter muitos casais ninguém criou confusão e assinamos os papeis lá mesmo no altar, e quer saber? Achei mais chique e lindo. Foi perfeito! O pastor Marcos foi quem celebrou o nosso casamento e fez tudo ficar ainda mais lindo e emocionante. Ele nos cumprimentou e começou a fazer o casamento e mais uma vez comecei a engolir o choro, não encarava ninguém com receio das lágrimas rolarem. Depois que todos nós assinamos, ele nos entregou a certidão e nos felicitou.

Após a celebração da cerimônia, recebemos apenas alguns amigos íntimos e familiares para uma breve comemoração, no próprio local. Tudo bem discreto, do jeitinho que gostamos. O mais importante já havia sido feito, que era a benção de Deus sobre nossas vidas. A decoração ficou exatamente como queríamos, gostamos, e gastamos. A linda festa foi preparada para os noivos com muito capricho, carinho e amor, ficou show! Eu ainda estava trêmula, haviam muitos casais tirando fotos e tivemos que disputar um espacinho mas foi tranquilo.

Depois das fotos fomos para aos cumprimentos dos convidados. Algumas fotos foram tiradas com celular dos meus netos e máquina digitail que estava com uma das minhas filhas. A qualidade das fotos não ficaram tão perfeitas, mas dar pra ter uma ideia de como foi, muito embora o pastor Marcos tenha contratado dois fotográfos profissionais e alguém para filmar! Obrigada de novo, pastor Marcos! O senhor alegrou muito nosso dia! Breve estarei revelando e farei um lindo álbum lindo (não sei se ainda é moda fazer álbum). As fotos e o vídeo me foram entregues apenas em formato digital em meu e-mail. Foi simples e foi o suficiente! Não posso esquecer que a sessão de fotos começou às 15 horas, em nossa casa depois da maquiagem, porque antes a menina esqueceu, e no salão não tirei, era feriado esse dia, e a dona só abriu para me pentear,não teve quem tirasse as fotos.

O engraçado é que eu sempre disse ao meu marido, que se algum dia eu fosse me casar de novo, me casaria com ele de novo, e como palavra tem poder, sou a prova viva que sim. Moral da história: acabamos tendo dois casamentos. O primeiro em 27 de Dezembro de 1980 o que para mim sempre foi uma cerimônia sem valor legal, pois nesse dia, o dia que seria o mais importante de minha vida, eu não tive, eu não me casei na Igreja de meus sonhos. Infelizmente alguns muitos convidados não puderam comparecer, eu gostaria muito, mas infelizmente não deu.

Nem a minha mãe pode vir, pois ela esta com 96 anos mora na capital do Rio de Janeiro e viajar sozinha é inviável e a minha irmã que viria com certeza a traria, uma semana antes bateu com o carro, e por causa disso o sonho que vinha idealizando dentro de mim na hora das fotos, foram embora, e fiquei um pouco triste, mas no final conseguir controlar as lágrimas. Não ter minha mãe, irmãs, cunhados e sobrinhos por perto fez diferença sim, mas tive ao meu lado minha família do coração que são os irmãos da igreja e amigos, e com tanto amor e carinho envolvido eu acabei relaxando e isso foi muito bom para poder curtir o meu sonho e eles ficaram felizes ao me ver casada e emocionada ao verem as fotos depois.

A coisa boa de ter poucos convidados é que a gente consegue aproveitar muito o nosso tempo com eles, e isso era o que queriamos. Aproveitamos muito com cada convidado daquele momento especial e único, afinal eles vieram nos prestigiar, e merecem toda atenção do mundo! Enfim, nosso casamento foi sim perfeito, foi uma grande benção, nós tivemos de tudo um pouco: lugar, foto, músicas, sim músicas porque tivemos tres músicas: duas com Willian Nascimento, Dia do Casamento e Beijo no Altar, lindas emocionantes! A outra com a Cristinna Pierri A Thousand Years, porém não me perguntem a ordem delas, eu não me lembro. Também tivemos convidados, convites e decoração. Do tamanho que sonhamos, e podíamos! Não um sonho de novelas, mas foi o nosso sonho. E no fim das contas, nosso casamento foi lindo, lindo, lindo e especial. Um mini e íntimo casamento, com família e amigos próximos e queridos. Teve chororô, teve abraço, teve muito carinho e amor envolvido, foi tudo simples, e foi tudo a nossa cara.

E agora, um mês se passou, eu olho para trás com muito carinho por esse dia, com essas lembranças. Repetiria tudo de novo, do mesmo jeito. Também me lembro da pressão das pessoas e, comparando as duas serimonias. E só para ilustrar uma história em relação ao vestido: eu não queria vestido branco, de jeito nenhum. Porque eu acho que não combina comigo, com a minha idade. Parece que ninguém, entendeu o que eu queria de verdade, era só usar um vestido verde e longo. Isso sim, foi o maior choque de todos. E o que me irritava era a cara de reprovação que eles faziam, mas que luta é esse com o comércio de noivas que acham que todas devem casar iguais e de branco?

Até hoje ainda tem quem diz que foi muita coragem nossa, mas não me sinto envergonhada por ter feito um casamento com orçamento apertado e somente com os muito íntimos por perto. Amamos cada segundinho do nosso mini e adorável casamento, cada amigo que se dispôs a ir e cada ajuda também. Outra coisa que ficou esquisita e que sempre tinha alguém que fazia piada com a cor do bolo. Nossa não tinha outra cor para o bolo?

Ele na maior boa vontade pediu a cobertura amarela para combinar com a decoração (muitas flôres amarelas). Pelas fotos vocês poderam perceber, mas não me perguntem os nomes, pois de flores não entendo nada. O fato é que ficou tudo chique e lindo. Então o bolo era de avelãs, com um glacê amarelo! E como eu estava de verde, na hora achei meio bizarro, em meus pensamentos eu pensei: sou ou não sou a brasileirinha e a mais feliz por sinal, mas só vi na hora e que mesmo se soubesse antes não mudaria nada, foi outra coisa que não me estressei e nem comprei eu ganhei, mas mesmo se eu tivesse essa informação antes, eu não teria mudado a cor do vestido e nem vetado o amarelo porque eu ganhei, e dou mil graças a Deus por ter ganho o bolo, que por sinal estava uma delícia.

Estávamos tão felizes que nenhum dos dois não sofreu com isso, e ficamos bem satisfeito,especialmente, o tanto que a gente ficou tranquilo em ver que as despesas tinham saído exatamente como planejamos, e não ficamos devendo muito .Relaxamos e curtimos o momento. Confiamos na palavra do pastor que nos ajudaram, fizemos as coisas no nosso tempo e no nosso orçamento e todo mundo curtiu no final. Teve bem a nossa cara e nosso estilo. O que poderia ter dado errado mas não deu foi a mega chuva que caiu na noite anterior, mas como de manhã já tinha parado, o céu nesse dia era o céu mais lindo que eu já tinha visto.

Me arrisco a dizer que apesar de algumas coisas ter saído do controle, aproveitei bastante! Minhas expectativas com a Igreja, almoço, decoração, etc. Foram todas superadas. Era esse o casamento que eu desejei, antes mesmo de imaginar como ele seria. Ah! Estava me esquecendo, teve como lembrancinha almochaveiro com a nossa clariclatura, e também um caderno para mensagens, não sei se ainda se usa esse caderno, mas esse também era um de meus sonhos. Teve músicas músicas, sim músicas porque tivemos tres músicas: duas com Willian Nascimento, Dia do Casamento e Beijo no Altar, lindas emocionantes!

A outra com a Cristinna Pierri A Thousand Years,porém não me perguntem a ordem delas, eu não me lembro, que arrasou e a Igreja estava super alegre com flores amarelas. Na saída rolou aquele lance de parabéns por todos que passavam por nós na rua. É que os nossos padrinhos nos fizeram uma agradável surpresa, nos levou a um restaurante para um pequeno coquetel. Foi super simples e farto! E eu de noiva no restaurante! No final, ainda tiraramos fotos (apesar de estar ventando muito!).

Ouvi demais essa frase além do questionamento do vestido verde: Vocês vão casar? Não acreditooo!“ – Pois é, para você que estava sempre tentando me por pra baixo, e que eu não convidei, eu me casei! Acho que o maior privilégio que eu tive e que poucas pessoas tem, foi de ter dois casamentos (com a mesma pessoa). E que foi maravilhoso estar cercada por pessoas que eu amo e que me ama de verdade, e de ter sido tudo feito de forma muito fiel ao que queríamos. Confesso que foi a melhor decisão da vida!

Como vocês podem vê nas fotos, tudo simples, mas perfeito para realizar um sonho. Meu marido é cardíaco, e depois de um tempo teve que afrouxar o nó da gravata, ele corria sério risco de passar mal, e isso sim seria desagradável, mas deu tudo certo com ele também. Fiz como lembrancinha almochaveiro com a nossa cariclatura que eu fiz, também fiz um caderno de assinatura. Caderno de assinatura, também era um sonho antigo,nem sei se ainda se usa, mas eu sempre gostei e fiz e todo mundo gostou e duas noivas fizeram encomenda. E assim foi a realização de um sonho,e continuaremos a ser felizes para sempre.