O casamento de César e Raquel em Itapema, Santa Catarina

Acho que na história de noivas, eu fui a que mais se atrasou. De todo o dia, o que mais atrapalhou foi no salão. 2 horas de atraso. Escolhi o salão mais bem pago da cidade, com fama de atender até gente famosa. Minha única preocupação, depois de ter certeza que todos estariam lá me esperando, era estar linda neste dia, mas por incrível que pareça de tudo que foi tão perfeito, foi com o salão que tive minha decepção.

De início, o vestido da minha mãe sumiu, ninguém sabia onde estava, o que acabou nos atrasando um pouco, mas o pior ainda estava por vir. Acabaram com meu cabelo, o qual em algumas fotos poderão perceber, cabelo espigado e raiz queimada. No final da festa, meu cabelo estava todo embaraçado feito ninho de passarinho e, para piorar ainda mais, por insistência deles eu não usei o véu, o qual acabei concordando, pois eu já estava por demais atrasada e só queria sair dali.

Eu havia feito um penteado de acordo com o véu mas na hora insistiram que o véu iria cobrir a beleza do meu vestido na parte de traz e eu, mesmo insistindo em querer o véu, acabei concordando, pois na hora de tanto que insistiram para eu não usar, acabei achando que eu estava talvez sendo ridícula em usar véu e era isto que estavam tentando me dizer.

Que arrependimento, pois se eu tivesse usado o véu não teria aparecido tanto o estrago no meu cabelo depois. Este estrago não percebi na hora, vi somente no final da festa e depois vendo as fotos.

Eu tinha uma sala somente para mim e minhas convidadas (mãe, madrinha e irmãs), mas como p atraso foi cada uma indo para salas diferentes para agilizar o processo, acabou que nos separamos e minhas convidadasm também nervosas por acharem que eu já tinha ido, pois nem esta informação souberam dar, acabaram indo e me deixando no salão. Mem fotos com uma de minhas irmas eu consegui tirar devido o atraso dos profissionais do salão.

Com 1 hora de atraso, depois de eu trocar várias mensagens de um outro telefone, pois o meu resolveu não querer carregar me deixando completamente sem bateria, meu noivo me manda uma mensagem dizendo que a juíza de paz estava querendo ir embora, quando minha irmã, a qual ficou de me levar chegou lá sem mim, achando que ela era a única a estar atrasada. Foi um desencontro total dentro do mesmo ambiente no salão porque os profissionais foram muito desorganizados e o meu celular resolveu pifar!

Como se tudo não bastasse ,quando fui pagar a conta, estando tão nervosa, pois já estava a 1h30 atrasada, sendo que meia hora antes a juíza queria adiar o casamento porque dizia ela ter outro para celebrar, estava tão nervosa que não conseguia acertar a senha do cartão, e a moca do caixa só dizia que eu não podia sair sem pagar. Acabei deixando celular, carteira com documentos, bolsa, roupa, tudo como promessa de voltar. Assim fui liberada, mas quando cheguei na porta do salão, minha irmã ainda não havia chegado. Como era feriado, o trânsito estava horrível e eu ainda ia ter que ir até um local para subir na lancha a qual me levaria até o local da cerimônia.

Vocês não fazem idéia do nervosismo que fiquei, se já estava nervosa.

Quando vi, meu filho, lindo, chegou literalmente correndo dentro do salão. Saímos a mil pela cidade e buzinando para todo mundo dar saída para uma noiva atrasada. A partir daí já começou a ser divertido e eu comecei a ficar mais aliviada, pois a presença do meu filho já me deu a certeza de que todos ainda estavam la, inclusive a juíza. Meu filho me deixou no local da lancha, que era perto do local do evento, e saiu correndo, pois ele deveria estar lá me esperando. Foi ele quem me levou ate o altar.

Quando entrei na lancha e segui até o local, um filme se passou em minha mente, e eu comecei a me dar conta de que eu estava vivendo um sonho. Ao chegar no local, de longe os convidados me viram chegando, mas o desembarque não era visível. pois uma cortina no final do píer cobria tal visão.

Desci, e me posicionei atrás da cortina onde minha cerimonialista me orientou. E então o casamento iniciou, foi feita a entrada dos pais e padrinhos, enquanto os pajens com as plaquinhas se preparavam para minha entrada. Meus sobrinhos, tão especiais para mim, entraram anunciando minha chegada ao noivo e os convidados. Depois da entrada deles, eu atrás da cortina, fiz minha surpresa ao meu noivo, em palavras, disse o quanto feliz estava, disse o quanto eu o amava, agradeci aos convidados e com palavras marcantes pedi a marcha nupcial.

A cortina se abriu, e o momento mais emocionante de todo o dia e a noite aconteceu logo ali. Meu filho, o qual eu já havia criado, estava ali, bem na minha frente, um homem já, o único o qual eu amei na minha vida toda incondicionalmente, me deu o braço e juntos seguimos até a metade do pier, onde ao nosso encontro meu esposo veio e meu filho me entregou a ele. Este trecho foi o mais emocionante de tudo, indescritível o que senti neste tempo ao lado do meu filho e no momento que me entregou ao meu noivo.

Ao seguir com meu noivo, outro filme se passou em minha mente, e conforme eu ia vendo os convidados, meu coração se enchia ainda mais de alegria e eu tinha a sensação de explodir de felicidade. Minha família, amigos e colegas, meus padrinhos de batismo, os familiares do meu esposo os quais desde o inicio me acolheram.

Ao chegar no altar, pedi desculpas para a juíza a qual me recebeu com lagrimas nos olhos. E ao final encerrou dizendo que nunca havia chorado em um casamento, que o nosso era o primeiro. Para quem não queria mais esperar, ela estava emocionada. A emoção tomou conta de todos nesta noite, eu via nos olhos de todos a emoção, parece que cada convidado se realizava um pouquinho em mim.

Tudo foi muito especial nesta noite, mas outro momento marcante demais foi a entrada das alianças.

A cerimônia foi encerrada, o brinde foi dado, os cumprimentos foram feitos, iniciaram-se as fotos, O jantar foi servido, os bem casados e as lembrancinhas foram entregues,mais fotos foram feitas, a valsa foi dançada e a abertura da festa foi dada.

A hora de atirar o buque chegou e eu resolvi fazer diferente. Resolvi, junto com meu já esposo, atirar para homens e mulheres solteiros ou, em união estável, o buque. Idéia a qual eu não me arrependo, porque quem pegou foi meu cunhado e o brilho nos olhos dele foi incrível, vocês podem não acreditar mas até hoje ele se emociona ao lembrar do fato. Ele ficou tão feliz que dava pulo de alegria autêntico. Minha irmã pegou ele no colo e foi muito divertido e satisfatório vê-los assim. Ele e minha irmã tem 2 filhos juntos e vivem em união estável há 9 anos.

O sonho deles é casar formalmente, mas a correria e falta de grana não os deixam. Então, como ele pegou o buque e todos presenciamos a alegria dos dois, estamos pensando em fazer uma vaquinha e realizar este casamento no mesmo local o mais breve possível. Os filhos deles foram pajens no meu casamento e vão ser no deles também. Ainda não marcamos uma data porque estamos esperando juntar um pouco mais de dinheiro, mas se Deus quiser este casamento vai sair.

Saímos dali e fomos todos para o salão. Meu esposo cantou para mim, eu entreguei presente para minhas madrinhas de batismo, cantamos os parabéns para uma delas a qual estava de aniversário, agradeci a todos, expressei minha alegria e satisfação com a presença de cada um, principalmente a minha mãe. Uma parte muito emocionante também foi a homenagem para meus sogros com uma carta dedicada a eles. Depois foi só festa, todo mundo se acabou dançando, ninguém ficava parado. Não sei de onde tiraram tanta energia, pois todos vieram de viagem longa e ainda tinham o caminho de volta. Encerrei a festa 2 horas da manha, e, dali, eu e meu esposo fomos para o hotel reservado.