Tecidos, linhas e agulhas fazem parte da minha vida há muito tempo. A lembrança mais remota que tenho de uma máquina de costura é da minha infância. A minha avó paterna foi uma costureira de mão cheia, mas não cheguei a conhecer seu trabalho. Recordo de estar com 7 ou 8 anos na casa dela e, sempre que ela se distraía ou se deitava para um cochilo, lá estava eu fuçando escondida na máquina de costura dela – era algo intocável.

Depois, quando eu já tinha uns 12 anos, recebi um presente que mudaria para sempre o rumo das coisas: minha primeira máquina de costura. Herança da minha bisavó materna, vinda diretamente da Itália, uma Singer que guardo até hoje.

Foi ali que tudo teve início. Fazia roupas para as bonecas; depois customizava as minhas roupas. Com o tempo, as amigas e os familiares começaram a pedir para que eu costurasse. E assim foi indo até eu ingressar na faculdade.

Cursei Design de Produto na Unijuí. Depois da graduação, trabalhei na minha área de formação, mas o que realmente fazia meus olhos brilharem eram as criações autorais – para as quais não sobrava muito tempo.

Então, veio a maternidade e, com ela, o desejo de permitir que aquela antiga paixão aflorasse e se transformasse em profissão. Mas só o desejo não era o suficiente. Fui estudar e me aperfeiçoar para entregar o melhor de mim para as minhas clientes através de vestidos únicos – pensados e desenhados especialmente para cada uma.

Há cinco anos, nasceu o Aline Raguzzoni Atelier. Tive o privilégio de fazer da minha paixão uma profissão e, hoje, sinto uma satisfação imensa em concretizar o sonho de tantas mulheres. Da primeira costura ao último botão: carinho, atenção, cuidado e arte.