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Arleide
Noiva Esperta Setembro 2016 Sergipe

Crônica: carta aos noivos

Arleide, dia 26 de Julho de 2016 às 11:10 Publicado em Fórum Antes do casamento 0 4

Bom dia Comunidade!

Vi esta crônica e resolvi compartilhar com vocês pois achei super interessante o texto.

Elaborado por Fernando Cássio, em setembro de 2013.

Agora é para valer! Vocês resolveram apertar o laço do matrimônio e definitivamente dar um nó, iniciando a contagem para a mudança da condição social. De sozinho(a) para eternamente acompanhado(a). São definidos alguns atributos e surgem fatos que determinam esse momento especial, que a princípio será único e particular. Depois de vários sapos e carruagens de abóboras, enfim existe grande possibilidade de ter encontrado a metade da laranja e a alma gêmea, tão requisitada nos sonhos e sentimentos. É chegado o momento de se render a matemática, identificando forte probabilidade de acerto da incógnita que relutava em não ser a solução dos seus problemas. E se você não tem dedo pobre, então não será uma tarefa tão onerosa. Ora, já era tempo! Seu esforço enfim foi recompensado! Enfim, entre santos, preces, quiromancias, feitiçarias e simpatias, algo deu certo. Daqui adiante surgem apenas duas pequeninas preocupações: será que é isso mesmo que quero para mim? E como vou anunciar isto perante a sociedade? Os próximos capítulos estarão corroendo a sua mente. Até lá, será uma longa caminhada, onde ambos estarão enfrentando uma maratona de questionamentos , os quais somente existem na raça humana, diferente dos demais animais que estão no processo de pré-acasalamento.

Mas antes da elaboração da festividade e do formalismo jurídico-social, vamos verificar se realmente observamos os atributos que definem a perfeita escolha. E servem para ambos. O escolhido(a) tem que possuir poderes e magias, quase sobrenaturais. Qualidades que apontam para a perfeição e que sobressaem dos comuns. Aquele jeitinho que faz uma batida diferente no seu coração. Que dá o descompasso. A capacidade de fazer, desfazer, exercer, praticar e ressaltar. Que se viram nos 30, como diz o Faustão! Além disso, precisam passar pelo crivo dos pais, irmãos e parentes de plantão. Ter antecedentes, mesmo que criminais e louvor junto a SERASA e ao SPC. Também no campo das qualidades, o vitimado(a) deve apresentar uma sinalização de futuro não tão incerto quanto ao seu. E que, pelo menos, tenha obtido aprovação mediana no teste de insanidade. Porque casar é complicado e com doido, pior ainda, mesmo contrariando a máxima que diz que “casamento é coisa de doido”.

Vencida essa etapa, então corra par acelerar o ordenamento, antes que alguém desista da ideia. Dizem também por aí que a novidade é imbatível, então não vale a pena arriscar e perder a sua alma pretendida, quase assegurada, já com os parafusos da plaqueta de propriedade, para alguém, de última hora, que fez brilhar os olhinhos da sua posse e da sua presa. E como anunciar esse feito para a sociedade? Alguns se limitam a preservar a notícia apenas para os mais próximos, colocando uma pequena mensagem no “facebook”. Barato, rápido, eficiente e fato eletronicamente disponível para as fofocas! Outros já realizam os proclamas publicando extrato no diário oficial da cidade e afixando nos postes e murais públicos, incluindo o envio de convites e senhas da festa, limitando a participação, sob a justificativa do controle “fale agora ou cale-se para sempre”. Contratempos surgem e devem ser evitados. Porém, não existe a melhor forma. O mais importante é avisar a sociedade que a partir daquele dia, aquela criatura tem dono(a), e que a propriedade não deve ser ultrapassada da porteira, porque tem cachorro brabo tomando conta.

Qual seria então o formato da festa? Alguns resolvem arquitetar uma cerimônia digna de conto de fadas, com gastos que vão além da imaginação. Outros, mais sensatos, resolvem transferir a responsabilidade para os amigos. Como se fosse uma vaquinha para os pombinhos. Uma estranha zoo combinação. Parece coisa de jogo de bicho. Afinal, ali estará alguém ou alguns que assumiram o papel de cupido, contribuindo para o último tiro da macaca, sendo corresponsáveis pela retirada do peso psicológico que persegue a mente feminina: “vai ficar para a titia”. Alguns dias atrás, assisti um filme que mostrava um casamento em um bar. Achei muito criativo e sugestivo. Uma rodada de bebidas é paga pelo noivo, uma outra pela noiva, algumas pelos padrinhos e o resto com a passagem do chapéu. Todos participam, todos bebem, comemoram e sentem-se responsáveis pelo casal e pelo evento. Que igreja que nada. Case num bar. Esse é meu conselho etílico. Democrático e participativo. Outras pessoas mais inteligentes e perspicazes utilizam como carona, os eventos do momento, a exemplo do carnaval, procissão, enterro, São João, reduzindo os custos dos enfeites e armando a maior cilada nupcial, encaçapando o atordoado pré-aliançado. Eu, particularmente, fui vítima da saga demoníaca da minha marida. E, por coincidência, surtiu efeito duradouro. Permanecemos juntos, mesmo depois que acordei. O fato é que existem dois públicos distintos nessa hora. Uns querem algo completamente diferente. Do tipo, casar na lua, festejar em marte, endedado com os anéis de Júpiter. Outros, mais tradicionais, preferem o quite nupcial com arranjos, padre, orquestra e roupas especiais. Mas, o mais importante é a palavra que soa como posse. O sim. Sem ele, sem essa expressão, todo o esforço será em vão. Que morra após o sim, mas antes, nunca! Que fuja após as fotos, mas antes jamais. Que corra e peça asilo em alguma embaixada, mas só depois do eterno e sonoro sim. É bom lembrar, em tempos de judiciário duvidoso, que este fato impositivo não cabe qualquer embargo infringente. Não se anula um sim de casamento. Nem que fosse de José Dirceu! Oh, dúvida que atormenta as mentes humanas! Será que somos criados exclusivamente para este fim? Como um “Matrix”? Será que este é o clímax do nosso ego! Daí adiante surge uma longa estrada a ser percorrida de mãos dadas. Novos propósitos e desafios estarão avaliando a comunhão. E o maior deles, sem dúvida, será conservar esse “sim” pela eternidade . Que vençam as turbulências em pleno exercício e voo matrimonial. Que floresça mutuamente a paciência, a sabedoria, a maturidade e o companheirismo nos momentos mais difíceis. Que ambos declarem e assumam seus defeitos e fraquezas e façam as necessárias correções ao longo do trajeto. Que as diferenças sejam minimizadas e equalizadas. Que saiam da moita e se apresentem despidos, exercitando a transparência. Que falem, troquem e estabeleçam segredos. Que o individualismo nunca sobressaia. Que a felicidade seja o maior propósito. Só assim haverá temperatura suficiente para preservar este sim, até quando Deus imaginar suficiente. Porém, caso não perdure, continue correndo atrás, teimosamente, beijando sapos, exercitando a podolatria, com sapatos imaginários de cristais, porque a vida seria muita chata, sem essas fantasiosas realidades que impomos a nós mesmos.

base!

4 Respostas

Última atividade por Arleide, dia 29 de Julho de 2016 às 06:43
  • Arleide
    Noiva Esperta Setembro 2016 Sergipe
    Arleide ·
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    Que bom que gostou!
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  • Arleide
    Noiva Esperta Setembro 2016 Sergipe
    Arleide ·
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    Ver mensagem citada
    Super interessante!
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  • Gabi e Cleber
    Noiva Constante Dezembro 2018 Mauritius
    Gabi e Cleber ·
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    Muito legal, não tinha visto

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  • Joyce
    Noiva VIP Fevereiro 2017 Paraná
    Joyce ·
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    Q i nteressante noivinha ...
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