O casamento de Rosana e Antônio em Montes Claros, Minas Gerais
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R&A
16 Jul, 2016A crônica do seu casamento
"Espere, em seu coração tenha confiança. Seja forte, espere."
Eu me casei no dia 15 de junho de 2007, no cartório da minha cidade, Montes Claros . Se eu queria meu vestido de noiva? Sim eu o queria e muito, mas a grana estava curta e não dava para pagar todos os custos principalmente porque quatro meses dali eu receberia um anjinho para tomar conta. Estava grávida de 5 meses.
Em 2007 veio a primeira promessa: Ano que vem a gente casa. Mas no ano seguinte a grana ainda estava curta e eu sabia que não daria para casar, mas tudo bem, tinhamos todo tempo do mundo, meu marido e eu nos amávamos e nos amáriamos pelo resto da vida, então pra quê pressa? Ano que vem a gente casa.
Veio 2009 e a supresa, mais um anjinho estava a caminho, além disso, a minha formatura na faculdade.
Em janeiro de 2010, Ana Liz nasceu para fazer companhia à Maria Clara e o dinheiro voltou a apertar, afinal, eram duas princesas para cuidar.
Em 2010 as promessas acabaram e Antonio e eu decidimos que casaríamos quando conseguísemos juntar o dinheiro.
Continuar lendo »Mas chegou 2013 e nunca dava para juntar o dinheiro, sempre aparecia algo, como por exemplo, nosso príncipe. João Antonio nasceu dia 14 de julho de 2013 adiando um pouco mais o casamento, mas compensando com um nível de felicidade que meu marido e eu nunca imaginamos viver. Casar na igreja ainda era meu sonho, mas como eu podia reclamar por não realizá-lo, se o que eu tinha era mais que eu sequer sonhava?
Voltamos ao plano inicial de juntar o dinheiro, mas ai veio 2014, 2015 e nada de dinheiro render, tomei uma decisão.
Quando temos uma conta para pagar, mas não temos o dinheiro em mãos, o que acontece? Vamos atrás do dinheiro. Pois bem, transformei o nosso casamento religioso numa conta para pagar. Fui até a igreja em dezembro de 2015 e marquei a data. 18 de junho de 2016. E ai começoou a junta de ideias, "o que vamos fazer para não gastar muito?" "Queremos algo simples."
A internet virou meu melhor amigo. E o Pinterest, meu irmão de alma. Pesquisa atrás de pesquisa. Ideia de decoração. Ideia de lembrancinhas...
A lista de padrinhos já estava pronta a tempos, a de convidados também.
Mais ou menos em abril tivemos que adiar um pouco a data por conta de alguns imprevistos com os documentos que tinham que ser entregues na igreja, mas nada sofrível, pulamos de 18 de junho para 16 de julho. Um mês a mais para os preparativos.
O vestido foi a primeira coisa que fui escolher. Eu queria usar o da minha mãe, ela até foi atrás da pessoa que a emprestou o vestido no dia do casamento, mas o pobre não resistiu ao tempo e já tinha partido para o céu dos vestidos de noiva. Então, fui à caça do meu próprio vestido e encontrei um perfeito, dos sonhos. Tipico princesa, mas totalmente fora do meu orçamento bom, temos sempre o plano B. E o meu plano B era de me fazer morder a lingua (risos).
Eu sempre achei que vestidos tipo sereia era incomodos para caminhar, apesar de lindos. Mas não é que o meu escolhido era um tipo sereia e era perfeito? Nada de incomodo, era maravilhoso, dois minutos com ele no corpo e aquele primeiro, tipo princesa foi esquecido. E detalhe, ele era muito parecido ao que minha mãe usou no casamento dela.
Vestido de noiva - (X) fechado.
E então eu conheci o DIY. Do it yourself, ou faça você mesmo. Gente, que coisa linda e maravilhosa! Eu podia fazer praticamente tudo sozinha! A primeira coisa que fiz foi escolher os arranjos da igreja. Encontrei uns tão fofos, eram bolas de isopor coberta com flores do campo. Simples, fácil de colocar no lugar e retirar depois, porque sim, eu descobri que a igreja não aceitava decorações exageradas...
Ah um detalhe sobre a igreja. Não é comum realizar casamentos nela porque as portas são laterais. Eu nem me importei com isso, ainda que todos que descobriam que eu ia me casar na Igreja de Santa Rita de Cássia, perguntavam "Mas você vai casar lá? A porta é lateral, todo mundo vai te ver!"
Bom, sobre esse problema, o padre ficou tão feliz de ver um casamento sendo realizado lá, que autorizou que fechasse todas as portas da igreja .
Voltando para a decoração. Eu tinha escolhido, eram lindas e perfeitas, mas eu tinha uma recordação do banco da igreja, mas caramba, eles eram diferentes e não dava para encaixar a decoração que eu tinha escolhido.
"Mãe, me socorre!"
Sentei com minha mãe e fomos pesquisar outra coisa. Algo que ficasse no chão, mas que não fosse caro. Minha irmã me mostrou um arranjo feito com bambu, era lindo, mas onde eu ia arrumar bambu aos 45 do segundo tempo?
Lá vem minha mãe de novo me salvar. "Por que você não troca o bambu por tubos de papelão? Daqueles onde vem tecido enrolado?"
"Mô, você me arruma os tubos?"
"Claro".
Perfeito! As flores já estavam escolhidas, então decoração da igreja - (x) Fechado.
Eu, que já vinha fazendo as forminhas dos bombons, continuei firme e forte no origami. Sim, as forminhas dos meus bombons foram feitas por mim com dobradura de papel em guardanapos azul escuro. Cada uma das 300 forminhas feitas com todo amor e carinho - e expectativa - que eu podia reunir. Os bombons eu ia derreter chocolate e colocar nas forminhas. Simples, prático e barato, mas minha cunhada não ficou feliz com isso. "Eu te dou os bombons Rose"
"Obrigada Ci!"
Bombons da igreja - (x) fechado.
Meu buquês seria feito pela minha mãe, com hortênsias, mas acabou que não deu certo, minha irmã mais velha faria os arranjos de cabelo das minhas daminhas. Ai um dia recebo uma ligação dela: "Nana, como vai ser seu buquê?"
"Ah Betha, acho que vou alugar mesmo, junto do vestido".
"Eu posso fazer com a mesma flor do arranjo de cabelo das meninas?"
"Claro!!" E assim ganhei meu buquê, feito com flores de tecido (cetim e organza azul e branco), plumas azuis e broches com strass e pérola. Lindo, perfeito, explêndido!
Buquê - (x) fechado.
Alguns dias antes do casamento recebi uma mega surpresa. Minhas madrinhas de casamento, sobrinha, amigas, primas se juntaram e fizeram um chá de lingerie surpresa pra mim. (Ideia de Mari, uma das minhas fadas madrinhas obrigada!). O chá era um plano meu, mas eu preferi deixar pra lá e usar o dinheiro no casamento.
Os outros preparativos foram: As taças de brinde que eu mesma fiz, os noivinhos do topo do bolo - duas corujinhas (o que amo de paixão) de feltro (ideia da minha sister, fada madrinha, anjo da guarda e dama de honra, Betha), os buttoniers dos padrinhos e do pajem (meu princípe João Antônio), as pulseiras das madrinhas e os lencinhos de "lágrimas de felicidade", as pulseiras das daminhas, as cestas para colocar os bombons, a confecção dos arranjos da igreja (pintura dos tubos e o laço azul de organza), as garrafinhas das mesas dos convidados, o painel de fotos atrás da mesa do bolo.
Decoração, detalhes e mimos - (x) fechado.
Nós gastamos com o que não tinha jeito, comida, bebida, garçons, cozinheiros, utensílios, mesas e forros... mas tudo gasto com ajuda que nunca vou conseguir agradecer o suficiente.
O bolo falso minha mãe conseguiu emprestado. Minha mãe que foi a rainha madrinha mor (te amo mamis, você me ajudou demais!)
Bolo - (x) fechado.
Os convites fui eu mesma que fiz a arte digital, mandei imprimir, cortei coloquei nos envelopes, selei e quando entreguei senti pela primeira vez que "poxa vida, eu vou casar!"
Convites - (x) fechado.
Mês vai, mês vem, preparativos a toda, chegou o mês de julho.Tinha que finalizar muita coisa, arrumar mais coisa, ajeitar aqui e ali.
E coisas deram errado, gastos foram aparecendo e cadê o dinheiro? E dá um trem errado aqui, bagunça uma coisa ali. "Oh meu Deus, não vai dar certo".
Na semana do casamento tivemos um problema com os utensílios, mas demos a volta e resolvemos tudo. Eu cometi o master erro, que aconselho a todas as noivas não repitam. Eu marquei sobrancelha, depilação tudo na última semana! Gente, pelos não crescem em uma semana, pode marcar pra tipo, duas semanas antes, confia em mim, na última semana não tenha nada marcado! Exceto ir buscar sua amiga linda que veio de Recife para Minas só pelo seu casamento. Com um detalhe: vocês não se conheciam antes, exceto pela internet. Minha amiga chegou dois dias antes do meu casamento, um dos maiores presentes que recebi, a mulher conquistou a família inteira!! (tem gente que ainda tá copiando seu sotaque Gatha!).
Sabe aquela coisa de sono de beleza? É, não funciona. Eu não consegui dormir de sexta para sábado. Nada, nothing, niente, nem um cochilinho, pelo menos não antes das 3 da madrugada.
E sabe aquela coisa de filme que noiva come sem parar na semana do casamento? É verdade, mas deve ser pra compensar a falta de apetite no dia. Comi na marra (risos).
Sábado chegou.Oh Deus é hoje. Acordei cedo, minha cunhada (Mari, a minha fada madrinha) fez escova no meu cabelo (sim para economizar porque a grana sempre esteve arrochada), eu tomei café e fui pro salão. Deixei minha fada e meu segundo anjo da guarda, Gatha, cuidando dos meus pimpolhos. Coisa que elas fizeram por todo o sábado.
Quando voltei do salão, minhas garotinhas estavam de unhas feitas e pintadas e com cabelo passando por hidratação. Eu disse que minhas fadas são as melhores? Elas são.
Sai cunhada e amiga para se arrumarem, porque minhas fadas também precisam ficar gatas, eu fiquei em casa, tentando, descansar. Não consegui não, porque lembrei que tinha que terminar os envelopes dos lencinhos de "lágrimas de alegria". E faltavam ainda finalizar duas pulseiras (por que minha sobrinha "DJ improvisada" Carol, e minha sister/anjo da guarda/futura faz tudo Gatha também mereciam as suas.
Acabou que deu quatro da tarde e cadê alguém para me levar para onde eu ia me arrumar? Marido/Noivo estava lá no salão onde seria a festa ajudando a fazer o rebaixamento de teto e demais decorações com malha (que ganhamos de presente, também.)
Eu estava pronta para ir a pé quando meu cunhado chegou e me levou e ainda me salvou quanto à levar a roupa da minha sobrinha que ia entrar com a Nossa Senhora (feita pela minha mãe, artista, linda.).
Então eu estava lá, sendo maquiada, me transformando em uma princesa. O meu coração estava batendo na garganta, as minhas mãos estavam suadas.
Cabelo e maquiagem - (x) fechado.
A hora era de esperar para me vestir. O vestido estava ali, pendurado na minha frente e eu me dei conta que tinha me esquecido dos brincos!!!
Fácil, liga para a fada madrinha: "Mari, pega a minha caixinha de brincos no guarda roupa, acha um brinco ai pra mim e manda por pai". Ufa, pronto, resolvido, nem precisa morrer.
O casamento estava marcado para as 20:30 h. Quinze para as oito eu estava entrando no vestido. Que nervoso! Coração a mil. É hoje.
E como manda a tradição, eu me atrasei. Mas ver meu pai me esperando lá embaixo... bom, eu sou escritora e eu senti uma expressão que praticamente sempre eu uso. Borboletas voaram no meu estômago.
Entrei no carro e meu buquê e meus brincos, estavam me esperando no banco de trás. Tirei de uma caixinha que eu estava trazendo na mão, dois terços. Um pouquinho de duas pessoas que eu queria comigo, minha avó, Theonília e minha prima e melhor amiga sempre, Fernanda.
Parada na porta da igreja, era quase a hora de um dos dias que mais esperei.
Eu não consegui ver, mas sei que meu marido/noivo e minha sogra, depois minha mãe e o tio do meu marido (representando meu sogro que faleceu 5 anos atrás) entraram ao som de Céu de Santo Amaro. Os padrinhos entraram ao som de Amigos pela fé. E minha princesinha Liz e meu pequeno príncipe Jon, entraram ao som de - clichê, eu sei, mas e daí, era meu dia - A thousand years.
E então eu sabia que era minha vez. As portas já tinham sido fechadas, e a marcha nupicial estava sendo tocada. Meu pai estava ao meu lado e só o que eu precisava era não cair.
Bom, na hora eu não vi como ficou a decoração, não vi quem eram os convidados que estavam ali, porque toda a minha atenção - clichê de novo, eu sei, mas gente, eu sou autora de romances! - estava voltada para o homem mais lindo do mundo, espetacularmente bem vestido em um traje lindo (cinza, como eu queria!).
Antonio era de longe o homem mais perfeito em quem eu já coloquei meus olhos. E ele era todo meu. (ostentação). O sorriso dele era o maior, mas provavelmente era um reflexo do meu.
Ele estava cansado pra caramba, afinal tinha trabalhado o dia todo para organizar o nosso casamento, para realizar o meu sonho, mas ainda cansado, era uma baita de uma visão maravilhosa.
Eu me lembro de cada palavra que o padre disse. Lembro de cada detalhe, inclusive de Antonio sussurrando no meu ouvido, quando nos abraçamos, que meu coração estava acelerado.
Sim, amor, ele estava. E ainda fica cada vez que eu me lembro do nosso grande dia.
Minha filha mais velha, Maria Clara, entrou com as alianças ao som de Sou teu anjo. Ela estava tãooo linda! Depois entrou Juju, minha sobrinha trazendo a Nossa Senhora das Graças - que a minha mãe pintou - ao som de Regaço Acolhedor.
Trocamos alianças, fizemos os famosos votos. Nunca antes, "na alegria e na tristeza, saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias da nossa vida" soou tão lindo aos meus ouvidos... e olhe que eu já escrevi isso um belo par de vezes.
Assinamos o livro, as testemunhas assinaram, fotos, fotos, fotos, cumprimentos e vamos para a festa!
O salão estava lindo!!! E a homenagem que eu fiz para a meus pais e para minha sogra estava lá. Eu sequestrei o album de casamento delas e escolhi algumas fotos para fazer um pequeno mural. Foi lindo ver a expressão no rosto delas. Eu amei fazer essa homenagem.
Estava tudo arrumado e lindo, mas espera. Cadê o meu bolo?
Na mesa do centro, em frente ao mural de fotos que eu só consegui fazer porque Antonio, Mari e Gatha me ajudaram, não tinha bolo, não tinha a foto que eu escolhi, não tinham os arranjos de flores e muito menos as taças para brinde tinha o rechoud para servir o jantar. Tem algo errado aqui produção!
Adivinhem quem me salvou? Acertou que disse, minha mamis, ela e Kel, minha irmã caçula improvisaram uma decoração master na mesa do bolo. ficou linda e eu amei. Sério, ficou muito lindo. Acho que não teria ficado tão lindo se eu chegasse lá e o bolo estivesse no lugar. (risos).
Mais fotos, fotos com minhas madrinhas (sim porque mesmo as que se sentaram do lado do noivo, eram minhas). Fotos com os padrinhos, fotos com a familia, com os amigos, com minhas sisters (as de sangue e as de coração) foto com Gatha! (uma reprodução com uma foto que vimos no facebook, a gente tinha que reproduzir, porque Gatha veio do Recife, gente!), foto com todos os convidados e então...
A dança com meu pai.
A música era Butterfly Kisses de Bob Carlisle. Nós não ensaiamos, mas isso não fez do momento algo menor para mim. Eu sonhei dançar com meu pai por muito tempo.
Depois de dançar com meu pai, por livre e espontânea pressão, Antonio dançou comigo. Ele estava com vergonha... meu bichim é timido gente. Dançamos Thinking out loud de Ed Sheeran (é clichê? Sei lá eu só queria dançar ela desde o dia que essa música foi lançada!). Foi lindo, mágico e perfeito.
Eu me diverti, me realizei, sonhei e vivi meu sonho. Muita gente fez esse meu sonho real e eu não sei nem como dizer o quanto eu sou grata por isso. Eu não tive cerimonial, buffet nem nada contratado. Foi tudo feito na raça e na vontade. Tudo feito por mim, por meu marido, por meus amigos, por minha família. O que mais me deixou agradecida foi ver o quanto cada um quis dar um pouco de si no meu dia feliz. O quanto as pessoas queriam me ver casar porque sabiam que esse era o meu maior sonho. Eu não tenho como agradecer o suficiente a todos, mas principalmente, a Deus.
Não quero tornar meu texto algo religioso é só uma constatação que eu obtive nos nove anos em que meu casamento foi planejado. Deus tem um tempo para cada coisa, Ele sabe a hora certa. E quando é a hora Dele, as coisas não dão errado. Aparecem obstáculos e apareceram muitos no meu caminho, muitos mesmo. Alguns me deixaram desesperada, mas tinha sempre aquele acalando de Deus no meu coração que me dizia: "Espere, seja forte. Em seu coração tenha confiança, espere."
Eu esperei por muito tempo e essa espera me rendeu o melhor dia da minha vida.
As fotos chegaram para mim na quarta feira depois do casamento. Eu vi o que ainda não tinha visto, as entradas antes da minha. Todos estavam lindos, os meus pequenos eram a graciosidade em pessoa (mesmo que Jon estava com a roupa para fora da calça, depois de muita gente ter arrumado dezenas de vezes, mas ele é uma criança de três anos, dá pra superar isso). Elas são uma amostra do quanto eu estava (e ainda estou) feliz por esse dia.
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